segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Conhecendo Deus, Conhecendo a Sua Palavra


“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador”

De uns dias para cá foi necessário consolar alguns irmãos em Cristo que passaram por momentos difíceis em suas vidas. Então logo veio à minha mente a obra do Espírito Santo, o Consolador por excelência. Mas o que me intrigou foi a palavra “outro” que ligava diretamente ao versículo anunciando Sua obra, a saber, João 14:16.

Se há outro, quem é ele?

Então me entreguei ao estudo deste vocábulo “outro.” Normalmente começo com a concordância grega. Logo vi que a palavra ocorre 149 vezes no Novo Testamento. Acredito que quem procura na concordância bíblica em português, o total de usos deste vocábulo será outro, pois há dois vocábulos gregos para serem traduzidos como “outro”. O versículo citado, as três versões principais que circulam no Brasil são traduzidas exatamente iguais. Quem fala é nosso Salvador, Jesus Cristo. Obviamente no texto Ele está considerando a si mesmo um Consolador, pois é Ele que diz “outro.” Como podemos conceber este vocábulo? Quem recorre para o dicionário da língua portuguesa encontra o seguinte “O diverso do primeiro.”

Assim sendo a pessoa pode pensar que há uma diferença do Consolador que virá até nós (O Espírito Santo, do próprio Jesus. Engana-se a pessoa que assim pensa. Aí vem o trabalho de concordância. Este vocábulo tem de ser entendido no sentido “idêntico ou do mesmo gênero ou espécie.” A parábola do semeador seria muito útil para demonstrar o sentido de consubstanciação. Três vezes diz outro, em referência a semente, em Mateus 13. Confere-se nos versículos 5,7,8. A mesma espécie de semente caiu em terras diferentes. Logo em seguida diz que Jesus ensinou-lhes outra parábola, versículos. 24,31 e 33.

A parábola sobre os talentos em Mateus 25:14 demonstra a mesma coisa. Referindo-se aos talentos ou aos servos o escritor usou a palavra “outro”. O dinheiro ou os recipientes eram da mesma espécie. Esta significação se acha não somente nos outros evangelhos, mas também nas epístolas. Bastam estes exemplos para demonstrar igualdade.

Assim sendo o Espírito Santo é o outro Consolador igual aquele que falou, isto é, Jesus. Que tipo de Consolador será o Espírito Santo? Seria bem igual a Jesus. Veja a consolação de Jesus com Maria e Marta por ocasião da morte do seu irmão. Veja a compaixão de Jesus quando disse “Jerusalém, Jerusalém quantas vezes quis…. Veja ainda Maria chorando perto do túmulo e ouça a ternura da voz de Jesus “Por que choras?” Que tal a de Pedro quando disse três vezes “Tu me amas” assim procurando restaurar Pedro em comunhão com seu Redentor.

Sim, você quer saber como o Espírito Santo vai operar com a incumbência de ser o Consolador? De igual modo que Cristo consolou muitos em toda a extensão do Seu ministério.

O intento não é demonstrar o significado do vocábulo traduzido “Consolador.” Mas sim, sentir um pouco mais a ternura da consolação que vem do Espírito Santo, que é um substantivo composto, de uma preposição significando “ao lado de” com raízes no verbo “chamar/convidar”. O Espírito Santo é aquele que se posiciona ao lado do suplicante como Jesus veio ao lado de Maria, Pedro, Maria e Marta e outros. Que bênção saber desta promessa! E lembrar que há dois, pois o Espírito Santo e Jesus, (outro) ambos são os nossos Consoladores na hora “H” de nossas vidas.

Pastor Richard Sterkenburg
Presidente jubilado do Seminário Batista Regular em São Paulo, Brasil.