Sobrevivente de tragédia em SC recomeça vida
Em 2008, Juliano Schwambach perdeu a mulher e a filha. A fábrica onde trabalhava também foi destruída. Em entrevista ao programa Fantástico (Rede Globo), ele contou como reestruturou sua vida. Em rede nacional, Juliano declarou que Deus não deixa ninguém sem ter uma outra chance. Ao lado de uma nova esposa, Juliano conta que espera um bebê.
Não é fácil para uma pessoa que perde tudo em uma tragédia, retomar a vida. Juliano, um catarinense de 31 anos, conseguiu. Há três anos, ele viveu essa situação, mas, aos poucos, crendo ter sido Deus o doador de uma nova chance, ele foi dando a volta por cima.
O operário Juliano Schwambach foi um dos sobreviventes dos deslizamentos de terra que mataram 135 pessoas e deixaram dois desaparecidos em Santa Catarina, em novembro de 2008. Em companhia da equipe do Fantástico, ele voltou ao local onde morava, o Morro do Baú, e relembrou o momento em que perdeu a mulher e a filha.
O casal estava dormindo quando houve a avalanche de terra. Segundo ele, todo o morro que ficava próximo a sua casa, foi parar onde era sua casa. "Eu a abracei e pedi para ela fazer uma força porque nós iríamos conseguir sair. Ela disse: ‘não posso’. No que ela disse isso, tentei salvar pelo menos a menina. Aí, quando eu só a soltei, veio outra avalanche e me levou. Aí, quando eu vi, eu não tinha mais a menina, eu não tinha mais nada. Estava só eu”, conta Juliano.
A empresa onde Juliano trabalhava, uma fábrica de conservas de palmito, também desapareceu sob a lama. Foi o dono quem deu força para que ele retomasse a vida. "O patrão falava. ‘se vocês ficarem com a gente, a gente vai erguer de volta. Sem vocês não dá para reconstruir’", lembra o sobrevivente. “Eu fiz o que eu pude. Eu ajudei. Fui servente de pedreiro, fui pedreiro. Aprendi a fazer coisas que eu não sabia fazer. E um ia ajudando o outro. O trabalho ajuda a gente a esquecer as coisas que aconteceram”.
Durante a conversa, Juliano surpreendeu a equipe de jornalistas com a novidade de que sua nova esposa estava esperando um bebê. "Essa é a minha esperança de vida", aposta.
No dia 1° de maio do ano passado, Juliano encontrou Valquíria Rinco, em uma confraternização da empresa onde ele trabalha. Os dois já se conheciam. Moravam na mesma região na época da tragédia. E foi nesse dia que começou uma aproximação especial. A dona de casa relembra o momento: “É verdade, nesse dia nós conversamos, trocamos telefones, começamos a nos encontrar com mais freqüência. E estamos aí hoje, juntos, esperando esse bebê vir com saúde, vida nova".
O casal aguarda a chegada do bebê para junho. Ainda não sabem se é menino ou menina. “Eu fiquei contente, porque eu sempre comentava: ‘eu quero ter outro filho em breve para continuar seguindo uma família’”, revela Juliano.
Quando a pessoa está vivendo a tragédia, naquele momento tudo parece difícil e impossível. Juliano conta que é possível a felicidade voltar. "Para uns, demora um pouco, para outros mais, mas todo mundo tem a chance de ser feliz de volta. Acho que Deus não vai deixar ninguém sem ter uma nova chance", aposta Juliano.